Às vezes pensamos
que estamos sozinhos
no mundo.
Não a solidão de não ter pessoas à volta, mas a de se sentir só nas dores.
Quando sofremos, nos isolamos, como se isso fosse nos proteger para que o sofrimento diminua ou pelo menos não aumente.
E como uma concha, guardamos em nós o que nos fez mal. E, tal qual um imenso mar, o mundo vai se enchendo de conchas fechadas, sentindo-se sós e únicas, cada qual do lado da outra.
É impossível manter os olhos abertos, a razão, a consciência, quando a dor fala mais alto que nós mesmos.
Impossível colher pensamentos positivos em momentos de desespero. Mas toda moeda tem dois lados, a cada dia corresponde uma noite...
Em toda situação triste há algo de bom e proveitoso.
Só precisamos é aprender a olhar, depois das lágrimas enxugadas.
Depois de abrirmos os olhos, mesmo se o que nos feriu ainda está presente e geralmente está, pois não se apaga o vivido, podemos perceber que um novo caminho se abre, que naquele dia já estamos um bocadinho mais amadurecidos,
que podemos tirar lições de tudo o que vivemos e...
que existem as outras conchas do lado.
E quando nos abrimos à esperança, as possibilidades se abrem também, as coisas ficam mais claras, mais evidentes.
A vida é linda!
O mundo é belo e nós temos o privilégio de fazer parte dele.
O importante não é não ter problemas, mas aprender a vencê-los.
Texto: Letícia Thompson