Carregar em si o dom do perdão é aprender a deixar de lado ressentimentos. Taí duas coisas que nunca caminharão juntas: perdão e ressentimento são inimigos mortais e onde um morar o outro não poderá habitar.
Primeiro, devemos ter consciência que de perdão todos nós precisamos. A falta de humildade e orgulho demasiados nos impedem de ver que somos necessitados de perdão. É normal e perfeitamente humano ser "imperfeito". E seres imperfeitos magoam, ferem, agem e dizem coisas que atingem outros.
Nos magoam profundamente e somos nós que precisamos perdoar. E muitas vezes queremos sinceramente fazer isso. Mas aí bate à nossa porta o tal do ressentimento que fica martelando na nossa cabeça e alma todo o mal que nos fizeram. E enquanto esse estiver presente não adianta, por mais que amemos o outro, o amigo, irmão, companheiro, pais, não conseguiremos perdoar.
Há pessoas que conscientemente dizem "eu não perdôo" e vivem a vida inteira sendo ruídos por essa doença que mais faz mal a elas mesmas. É enganoso pensar que não perdoando estaremos ferindo o outro e fazendo com que pague o mal, pois nos ferimos a nós mesmos, impedindo que a ferida se cicatrize.
A única maneira de se liberar completamente e ter uma vida de paz é construir em si mesmo um poço de esquecimentos, onde jogaremos todas as nossas mágoas. É um trabalho longo e delicado e que exige de nós paciência, coragem, fé e, principalmente, amor, muito amor. Só mesmo um amor incondicional pelo próximo poderá extinguir do dicionário da nossa vida a palavra ressentimento.
Se você acha que é incapaz de perdoar, olhe para o céu. Nossa alma estaria perdida se Deus fosse incapaz de perdoar.
Receber perdão é ser agraciado; dar perdão é dar a graça.
Só as grandes almas são capazes de grandes e nobres atitudes.
A essas pessoas Deus aprova. E tenho certeza que nesses momentos Ele sorri, feliz.
Letícia Thompson